Suas Partidas

terça-feira, novembro 22, 2016


Muitas vezes, não podemos dizer para as pessoas como realmente sentimos. Essa é a minha deixa. 

Quando você apareceu, minha vida era "normal". 

De normal não tinha nada. Mas já havia me acostumado com a dor no fundo do peito, com a certeza de ser rejeitada. Com aquele sentimento estranho de amar e não ser amada.

Meus sentimentos sempre foram maiores que eu. Nunca gostei fácil, mas sempre gostei muito. E fazia tempo que eu não gostava tanto.

Ou talvez, eu nunca tenha gostado tanto. 

De você eu não queria nada. Meu plano era chegar e ir embora. Fui com pressa, afobada, queria um beijo seu e mais nada. 

Tanto fiz que consegui. 

O que eu não esperava era que seu beijo era tudo que eu procurava. E pela primeira vez, eu não queria mais ir embora. 

Mas você foi. Essa foi a sua primeira partida.

Parecia que meu coração nunca tinha sido machucado. Eu me joguei, pulei de cabeça num precipício certo. Insisti, queria você. Mesmo que isso significasse o ridículo de te dividir. 

Você parecia gostar de mim. Mesmo eu sabendo que não, mesmo tendo tudo dizendo que não.

Seu abraço, seu olhar, seu beijo delicado na testa, me diziam o contrário. Seu cheiro me confundia. Não conseguia te perder de vista.

Acho que ficar mais iludida era impossível. Bolava planos para ficar com você, mil planos para te encontrar. 

Eu me apaixonei. Perdidamente. Igual em livros. Eu achei que já tinha gostado muito de alguém, mas o que eu começava a sentir era bem maior do que eu podia controlar.

Eu já me preparava para despedir de você. Porque sabia que não íamos nos ver tão cedo. A incerteza, a agonia, a insegurança me faziam mal. Já não era eu mesma. Chorava mais do que sorria. 

Você realmente foi embora. Dessa vez para longe. Muito longe.

Talvez tenha sido uma das piores partes, mas iríamos continuar nos falando. O que fazia as coisas parecerem um pouco melhores. 

Mas você não queria mais conversar. Ou talvez nunca tivesse interesse em conversar. E essa foi sua segunda partida.

A que mais doeu, a que mais dói. E desde então eu finjo que não dói. Eu finjo que isso não me mata por dentro. Eu finjo que você não existe. 

Assim como eu escondo de mim e do mundo que você ainda não fez a sua terceira e última partida, a do meu coração. 

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Quem faz

Isabella Bernardes // Estudante de design de Moda, dedica seu tempo livre à diversão e a projetos pessoais inacabados, adora moda, coisas bonitas, ideias inteligentes, bala de goma, tecnologia, seriados, ler, dormir e comer. Não vive sem música, arte e celular.
Contato: bhellamtz@gmail.com

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